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domingo, 28 de setembro de 2014

JÉSUS GONÇALVES

Músico, poeta e teatrólogo
No dia 12 de julho de 1902, Jésus Gonçalves nasce em Borebi, interior de São Paulo. Com 3
anos, fica órfão de mãe e passa a maior parte da infância em Agudos - cidadezinha próxima a
Borebi -, sob a tutela do tio.
Ao voltar para a cidade natal com 14 anos, Jésus começa a trabalhar na Fazenda Boa Vista,
como cultivador e beneficiador ora de algodão, ora de café. Na mesma época, inicia-se na
música com um velho "baixo de sopro" e forma um grupo musical - a Bandinha de Borebi. De
personalidade marcante e espírito de liderança, torna-se conhecido no vilarejo como organizador
e animador das quermesses e festas locais.
Aos 17 anos, muda-se para Bauru e freqüenta por algum tempo o Colégio São José. Deixa a
escola sem concluir o ginásio (hoje, ensino fundamental). Trabalha como tesoureiro da
prefeitura. Aos 20 anos, casa-se com a viúva Theodomira de Oliveira, que tem duas filhas. Com
ela tem mais quatro filhos. Oito anos depois, em 1930, a mulher morre de tuberculose. Jésus cuida sozinho dos seis filhos.
Nessa época, além do trabalho na prefeitura, Jésus participa da Jazz Band de Bauru - a banda municipal - tocando clarinete.
Atua e dirige peças de sua autoria nos teatros de Bauru e cidades vizinhas. Paralelamente, grande apreciador de poesia e
prosa, colabora com freqüência nos jornais Correio da Noroeste e Correio de Bauru.
Algum tempo após a morte de Theodomira, Jésus se casa com Anita Vilela. A união duraria 12 anos, até o falecimento da
segunda mulher .
Provação
A visão do espírito de seu pai em uma vida pregressa a marcou muito, a ponto de Yvonne não reconhecer como verdadeiro o
pai da última encarnação. Aquele espírito a acompanhou durante toda sua infância, que foi um período bastante problemático
em virtude de suas visões. Outro espírito também muito presente foi o de Roberto Canelejas, com quem ela conversava
freqüentemente.
Yvonne chorava muito e tinha verdadeiras crises nervosas provocadas pela saudade que sentia desses espíritos. As freqüentes
recordações de suas vidas passadas era um problema para a família. Durante sua infância, assistia a sessões mediúnicas feitas
em sua casa. Nessas ocasiões, habituou-se às comunicações com o dr. Bezerra de Menezes.
Mediunidade
A grande provação na vida de Jésus o alcança aos 27 anos, quando é acometido pela hanseníase, doença popularmente
conhecida como lepra. Naquele momento, ele ainda não pode compreender que se trata de um resgate de reencarnações
passadas. "A teu mando, milhões de açoites erguiam-se, abrindo feridas, mutilando membros, promovendo aleijões,
desconjuntando corpos. Aniquilaste a alegria de viver de dezenas de cidades, levando a apreensão e o terror à simples
aproximação de tuas tropas. Para o resgate de tais violações, receberás as artes por ferramentas que te permitirão
recompensar o terror de outrora, pela alegria do divertimento sadio que proporcionarás aos povos das cidades em que
habitarás. Porém não as receberás de forma facilitada não, porque não haverão facilidades para ti. A espiritualidade estará
assistindo teu reeducar e colocará em teu caminho as oportunidades, mas competirá a ti aproveitá-las ou não."
Ateu e inconformado, Jésus busca dominar o sofrimento e a dura condição de leproso: a rejeição e o abandono da sociedade.
Naquela época, pelas normas médicas em vigor, os doentes eram obrigados a abandonar seus empregos e viver isolados da
sociedade, trancados em suas casas ou em leprosários. Como bom cidadão e respeitador das leis, Jésus se afasta da
sociedade. Entrega as filhas do primeiro casamento de Theodomira à tutela de parentes e interrompe as atividades
profissionais. Os filhos mais novos, que continuam com ele, não entendem a súbita mudança. Aposentado prematuramente,
Jésus passa a viver por algum tempo em moradia cedida pela Câmara Municipal. Continua a escrever para o Correio da
Noroeste, mas sofre muito com as limitações de sua nova e difícil situação.
Um amigo, João Martins Coub, compreende o sofrimento de Jésus e lhe cede um espaço em sua fazenda. Lá, com a mesma
fibra de sempre, ele se dedica ao cultivo de melancia e de outras frutas, buscando superar a mágoa que a doença lhe impõe. O
arranjo dura pouco tempo. Em agosto de 1933, o Serviço Sanitário o interna no Asilo Colônia Aymorés, recém-inaugurado em
Bauru. Para surpresa dos funcionários da Saúde Pública, Jésus não opõe resistência à internação. Apesar da atitude resignada,
no entanto, é nessa época que ele se questiona sobre Deus. "Onde está o Deus de que tanto se fala?" - e se revolta
intimamente.
Na Colônia Aymorés, onde fica de 1933 a 1937, Jésus mostra-se mais resignado ao conviver com os semelhantes e irmãos na
dor. Chamado de "mestre" por sua imensa disposição e capacidade de trabalho, em curto espaço de tempo ele consegue várias
amizades sinceras.
Apesar da revolta e das frustrações, ele não se deixa vencer nem pela ociosidade nem pelo desânimo. Participa da criação de
um jornalzinho interno do asilo, O Momento. Escreve e atua em peças teatrais. Ajuda na criação do Jazz Band de Aymorés, e
integra a equipe de futebol. A inquietude da alma, que fora motor de ódio e guerras em vidas pregressas, hoje o move para
trabalhos edificantes, preparando o terreno para sua conversão.
Na época, Jésus sofre muito com problemas no fígado e busca a transferência para o Hospital Padre Bento em Guarulhos, que
tem fama de oferecer melhores serviços médicos. Suas cartas, porém, param nas mãos do diretor do Sanatório Aymorés, que
não quer perder seu interno mais ativo e dinâmico. Finalmente, em setembro de 1937, ele obtém a transferência. Durante a
viagem, porém, as dores no fígado o obrigam a parar em Itu para receber assistência médica. Convencido pelo diretor do
hospital, com promessas de melhores cuidados médicos, Jésus permanece internado no Hospital de Pirapitingui.
Grandes vultos - Jésus Gonçalves Page 1 of 2Logo se revela o mesmo indivíduo de destaque, um líder natural entre os internos, cuja admiração e respeito conquista graças
ao caráter íntegro e à capacidade de realização e de trabalho. Funda ali a Jazz Band, a Rádio Clube de Pirapitingui (existente
até hoje) e um jornal interno, o Nosso Jornal.
Conversão
A doença, entretanto, avança lenta e penosamente e os medicamentos se tornam cada vez mais ineficazes. A dor, a angústia e
a solidão induzem o indivíduo à busca de Deus. Com Jésus Gonçalves não seria diferente. Embora O procure sob a vestimenta
do trabalho, da atividade artística e da criação, ele ainda O nega.
Em 1943, Anita, que era estudiosa da Doutrina Espírita e tentara inutilmente esclarecer a mente materialista do ateu Jésus,
desencarna. No seu velório, ocorrem diversos acontecimentos mediúnicos de clarividência por parte de alguns colegas seus.
Finalmente, Anita passa uma mensagem para Jésus de forma bastante íntima e ele não tem mais dúvidas da veracidade das
informações: "Velho, não duvides mais, Deus existe!".
Extremamente materialista ainda, mas bastante impressionado, Jésus busca nos livros espíritas as explicações para o contato.
O Céu e o Inferno, de Allan Kardec, foi o marco inicial da grande transformação que estava por vir.
A conversão definitiva ocorre no dia em que as dores no fígado se apresentam bem mais fortes que de costume. Os remédios
não surtem efeito e Jésus resolve chamar Deus, no qual ainda não acredita. Retira um copo de água da talha, coloca-o na
mesa da cozinha e desafia: "Se Deus existe mesmo, dou cinco minutos para que coloque nesta água um remédio que me alivie
a dor!".
Ao beber a água, sente que ela está amarga. Após dois minutos, as dores cessam. Jésus fica ao mesmo tempo agradecido e
espantado. Reexamina então suas convicções materialistas e, nos dias seguintes, já com suficientes provas e chamamentos,
põe-se a buscar nos estudos de obras espíritas as respostas que sempre procurou. Por duas vezes, as dores no fígado
mudaram totalmente o rumo de sua vida.
Apostolado
A Doutrina Espírita sacia em Jésus a sede de explicações, e o faz beber a água límpida da Verdade nas fontes da lógica e do
bom senso. Ele se dedica, a partir de então, a esclarecer a noção de justiça divina e submissão à dor entre os companheiros e
irmãos no sofrimento. Como é de seu feitio, tudo faz junto aos internos para melhorar a vida comunitária no hospital. Nessa
época, rejeita que o chamem de "mestre", apelido que, por sua reconhecida superioridade intelectual e pelo temperamento de
líder, o acompanhava desde Aymorés.
Com o empenho que o caracterizava, inicia a edificação de um centro espírita em Pirapitingui. Para levantar recursos, pede
ajuda às comunidades espíritas e estabelece um elo de ligação sem precedentes entre os leprosos e a sociedade. Sua iniciativa
desperta os companheiros de Doutrina em diversas localidades. As respostas não tardam a chegar, trazendo solidariedade
moral e material à campanha. Diversas caravanas espíritas passam a visitar o sanatório, levando alegria e conforto aos
internos. Essas caravanas pioneiras abrem novas frentes de trabalho, não só aos praticantes da Doutrina, mas também aos de
outras religiões, em iniciativas semelhantes.
Em 1945, após muito estudo e superação de grandes dificuldades, funda a Sociedade Espírita Santo Agostinho, e conta com a
amizade e a solidariedade de muitos que o apóiam nessa época. Jésus participa amplamente das atividades com seu inegável
espírito de ação e dedicação: distribuição de sopa aos mais necessitados, palestras de estudos e elucidação dos companheiros,
orientação espiritual, sessões de desobsessão.
A doença, em estágio bastante avançado, tira os movimentos de Jésus, limita sua capacidade de trabalhar e de estar
fisicamente no Santo Agostinho, participando das atividades que preenchem sua alma nessa fase de sua vida. Para não se
afastar totalmente do trabalho, ele constrói uma casinha nos fundos do Centro.
Vinte dias antes de Jésus desencarnar, um fato marca profundamente Pirapitingui e o coração dos espíritas. A doença havia já
se alastrado por todo o seu corpo, inclusive as cordas vocais. Jésus vai à sessão e, para surpresa das 300 pessoas presentes,
recupera temporariamente a voz; por quase duas horas, ele faz uma preleção de elevados ensinamentos evangélicos. Ao
terminar, sua voz some novamente. Na semana seguinte, o fenômeno se repete pela última vez.
Seus últimos dias são marcados por muito sofrimento. O corpo está completamente deformado pela doença, o rosto
transfigurado e os órgãos começando a entrar em falência. Jésus se desliga lentamente do corpo físico. Sua alma então se
liberta da existência árdua e espinhosa, mas, sobretudo, purificadora. Em 16 de fevereiro de 1947, Jesus Gonçalves, o Apóstolo
de Pirapitingui, o Poeta das Chagas Redentoras, desencarna. Pelo sofrimento, ele pôde encontrar o caminho até Cristo. Pelo
trabalho, pôde plantar sementes novas em sua história.
Depois de desencarnado, ele pediu que o chamassem Jésus, pois se achava indigno de usar o mesmo nome de Jesus.
Fonte: http://www.jesusgoncalves.org.br
Fonte:http://www.searabendita.org.br/site/datafiles/uploads/grandes_vultos/jesus_goncalves.pdf

REENCARNAÇÃO

 
“A reencarnação é a volta da alma ou Espírito à vida corpórea, mas em outro corpo especialmente formado para ele e que nada tem de comum com o antigo”. (Allan Kardec, O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. IV). Assim, não é invenção do Espiritismo, mas sim algo natural, de modo que foi um tema muito discutido e difundido ao longo da História da Humanidade por muitos muitos pensadores, tais como Sócrates, Pitágoras, Platão, Apolônio e Empédocles. 

Jesus – o Incomparável, o Mestre, o único Guia e Modelo -, em várias oportunidades afirmou a existência da reencarnação 
Em João (capítulo III, versículos de 1 a 12), encontramos a elucidativa palestra de Jesus com Nicodemos (doutor da lei judeu):
Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade vos digo que ninguém pode ver o reino de Deus se não nascer de novo”.

Perguntou-lhe, então, Nicodemos: "Como pode nascer um homem já velho? Pode tornar a entrar no ventre de sua mãe, para nascer segunda vez?"
Jesus respondeu: Em verdade, em verdade vos digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito. Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo. O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; o mesmo se dá com todo aquele que é nascido do Espírito”. 

“Como pode ser isso?”, disse-lhe Nicodemos.
Jesus, então, afirmou: “Tu és mestre de Israel e não sabes?” 
Digo-te em verdade, em verdade, que não dizemos senão o que sabemos e que não damos testemunho, senão do que temos visto. Entretanto, não aceitas o nosso testemunho. - Mas, se não me credes, quando vos falo das coisas da Terra, como me crereis, quando vos fale das coisas celestiais?" 
Também, veremos a referência de Jesus com relação a João Batista ser reencarnação de Elias, referência está que está contida em Mateus (capítulo XVII, versículos 10 a 13).

Os discípulos indagaram ao Mestre: “Por que, pois, dizem os escribas que é preciso que Elias venha primeiro?” 
E Jesus respondeu-lhes: “É verdade que Elias deve vir e restabelecer as coisas; mas eu vos declaro que Elias já veio e não o conheceram, mas fizeram-lhe tudo o que quiseram. É assim que eles farão sofrer o Filho do Homem. Então os discípulos compreenderam que ele lhes falara de João Batista". 
“Ora, desde o tempo de João Batista até o presente, o reino dos céus é tomado pela violência e são os violentos que o arrebatam; - pois que assim o profetizaram todos os profetas até João, e também a lei. - Se quiserdes compreender o que vos digo, ele mesmo é o EIias que há de vir. - Ouça-o aquele que tiver ouvidos de ouvir. (MATEUS, cap. XI, versículos de 12 a 15.)
“Se o princípio da reencarnação, conforme se acha expresso em S. João, podia, a rigor, ser interpretado em sentido puramente místico, o mesmo já não acontece com esta passagem de S. Mateus, que não permite equívoco: ELE MESMO é o Elias que há de vir. Não há aí figura, nem alegoria: é uma afirmação positiva. -"Desde o tempo de João Batista até o presente o reino dos céus é tomado pela violência." Que significam essas palavras, uma vez que João Batista ainda vivia naquele momento? Jesus as explica, dizendo: "Se quiserdes compreender o que digo, ele mesmo é o Elias que há de vir." Ora, sendo João o próprio Elias, Jesus alude à época em que João vivia com o nome de Elias. "Até ao presente o reino dos céus é tomado pela violência": outra alusão à violência da lei moisaica, que ordenava o extermínio dos infiéis, para que os demais ganhassem a Terra Prometida, Paraíso dos hebreus, ao passo que, segundo a nova lei, o céu se ganha pela caridade e pela brandura. 

E acrescentou: Ouça aquele que tiver ouvidos de ouvir. Essas palavras, que Jesus tanto repetiu, claramente dizem que nem todos estavam em condições de compreender certas verdades”. (Allan Kardec, O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo IV).

Jesus, tendo vindo às cercanias de Cezaréia de Filipe, interrogou assim seus discípulos: "Que dizem os homens, com relação ao Filho do Homem? Quem dizem que eu sou?" - Eles lhe responderam: "Dizem uns que és João Batista; outros, que Elias; outros, que Jeremias, ou algum dos profetas." - Perguntou-lhes Jesus: "E vós, quem dizeis que eu sou?" - Simão Pedro, tomando a palavra, respondeu: "Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo." - Replicou-lhe Jesus: "Bem-aventurado és, Simão, filho de Jonas, porque não foram a carne nem o sangue que isso te revelaram, mas meu Pai, que está nos céus." (Mateus, cap. XI, versículos 13 a 17; Marcos, cap. VIII, versículos 27 a 30)
Ora, se os homens da época refletiam sobre que era Jesus, obviamente acreditavam na reencarnação. 

“Aqueles do vosso povo a quem a morte foi dada viverão de novo; aqueles que estavam mortos em meio a mim ressuscitarão. Despertai do vosso sono e entoai louvores a Deus, vós que habitais no pó; porque o orvalho que cai sobre vós é um orvalho de luz e porque arruinareis a Terra e o reino dos gigantes. 

(ISAÍAS, cap. XXVI, versículo 19) 

“É também muito explícita esta passagem de lsaías: "Aqueles do vosso povo a quem a morte foi dada viverão de novo." Se o profeta houvera querido falar da vida espiritual, se houvera pretendido dizer que aqueles que tinham sido executados não estavam mortos em Espírito, teria dito: ainda vivem, e não: viverão de novo. No sentido espiritual, essas palavras seriam um contra-senso, pois que implicariam uma interrupção na vida da alma. No sentido de regeneração moral, seriam a negação das penas eternas, pois que estabelecem, em princípio, que todos os que estão mortos reviverão”. (Allan Kardec, O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo IV) 

14. Mas, quando o homem há morrido uma vez, quando seu corpo, separado de seu espírito, foi consumido, que é feito dele? -Tendo morrido uma vez, poderia o homem reviver de novo? Nesta guerra em que me acho todos os dias da minha vida, espero que chegue a minha transformação. (João, cap. XIV, versículos 10 a 14. Tradução de Le Maistre de Sacy.) 

Quando o homem está morto, vive sempre; acabando os dias da minha existência terrestre, esperarei, porquanto a ela voltarei de novo. (ID. Versão da Igreja grega.) 

15. Nessas três versões, o princípio da pluralidade das existências se acha claramente expresso. Ninguém poderá supor que João haja querido falar da regeneração pela água do batismo, que ele de certo não conhecia. "Tendo o homem morrido uma vez, poderia reviver de novo?" A idéia de morrer uma vez, e de reviver implica a de morrer e reviver muitas vezes. A versão da Igreja grega ainda é mais explícita, se é que isso é possível: "Acabando os dias da minha existência terrena, esperarei, porquanto a ela voltarei", ou, voltarei à existência terrestre. Isso é tão claro, como se alguém dissesse: "Saio de minha casa, mas a ela tornarei”. 

"Nesta guerra em que me encontro todos os dias de minha vida, espero que chegue a minha transformação". João, evidentemente, pretendeu referir-se à luta que sustentava contra as misérias da vida. Espera a sua mutação, isto é, resigna-se. Na versão grega, esperarei parece aplicar-se, preferentemente, a uma nova existência: "Quando a minha existência estiver acabada, esperarei, porquanto a ela voltarei". João como que se coloca, após a morte, no intervalo que separa uma existência de outra e diz que lá aguardará o momento de voltar. 

Nestas passagens, assim como em outras, fica muito clara a existência das reencarnações. Como diria o Mestre, “Ouça aquele que tem ouvidos para ouvir”. 

  Finalizando, em O Livro dos Espíritos, Kardec indaga na questão 132:
Qual o objetivo da encarnação dos Espíritos? 

Resposta dos Espíritos Superiores: 
"Deus lhes impõe a encarnação com o fim de fazê-los chegar à perfeição. Para uns, é expiação; para outros, missão. Mas, para alcançarem essa perfeição, têm que sofrer todas as vicissitudes da existência corporal: nisso é que está a expiação. Visa ainda outro fim a encarnação: o de pôr o Espírito em condições de suportar a parte que lhe toca na obra da criação. Para executá-la é que, em cada minuto, toma o Espírito um instrumento, de harmonia com a matéria essencial desse mundo, a fim de aí cumprir, daquele ponto de vista, as ordens de Deus. É assim que, concorrendo para a obra geral, ele próprio se adianta".
 
Fonte:http://www.oespiritismo.com.br/reecarnacao.php

Ajude Sempre

Diante da noite, não acuse as trevas. Aprenda a 
fazer lume. 

Em vão condenará você o pântano. Ajude-o a 
purificar-se. 

No caminho pedregoso, não atire calhaus nos 
outros. Transforme os calhaus em obras úteis. 

Não amaldiçoe o vozerio alheio. Ensine alguma 
lição proveitosa, com o silêncio. 

Não adote a incerteza, perante as situações 
difíceis. Enfrente-as com a consciência limpa. 

Debalde censurará você o espinheiro. Remova-o 
com bondade. 

Não critique o terreno sáfaro. Ao invés disso, dê-
lhe adubo. 

Não pronuncie más palavras contra o deserto. 
Auxilie a cavar um poço sob a areia escaldante. 

Não é vantagem desaprovar onde todos 
desaprovaram. Ampare o seu irmão com a boa 
palavra. 

É sempre fácil observar o mal e identificá-lo. 
Entretanto, o que o Cristo espera de nós outros é 
a descoberta e o cultivo do bem para que o 
Divino Amor seja glorificado. 


Autor: André Luiz
Psicografia de Francisco Cândido Xavier
Fonte:http://www.oespiritismo.com.br/mensagens/ver.php?id1=589

Evangelho em Ação

Meus amigos, muita paz.

Nunca é demais salientar a missão evangélica do Brasil, na sementeira do espiritualismo moderno.

Em outros setores da evolução planetária, eleva-se a inteligência aos cumes da prosperidade material, determinando realizações científicas e perquirições filosóficas de vasto alcance, comprometendo, porém, a obra do sentimento santificante.

Em esferas outras, assinalamos a investigação de segredos cósmicos, na qual se transforma o homem no gênio destruidor da própria grandeza, alinhando canhões na retaguarda de compêndios valiosos e de comovedoras teorias salvacionistas, em todos os ângulos da política e da economia dirigidas.

No Brasil, contudo, ergue-se espiritualmente o ciclópico e sublime santuário do Cristianismo Redivivo.

Aqui a Doutrina Consoladora dos Espíritos perde as exterioridades fenomênicas para que o homem desperte à luz da Vida Eterna.

Aqui, o Evangelho em movimento extingue a curiosidade ociosa e destrutiva que se erige em monstro devorador do tempo, descortinando o campo de serviço pela fraternidade humana, sob o patrocínio do Divino Mestre.

É por isto que ao espiritista brasileiro muito se pede, (Ev) esperando-lhe a decisiva atuação no trabalho restaurador do mundo, porquanto na pátria abençoada do Cruzeiro a amplitude da terra se alia à sublimidade da revelação.

É necessário que em seus dadivosos celeiros de pão e amor se modifiquem as atitudes do crente renovado em Nosso Senhor Jesus, a fim de que o pensamento das Esferas Superiores se expanda livre e puro, nos círculos da inteligência encarnada, concretizando a celeste mensagem de que os novos discípulos são naturalmente portadores.

Não basta, portanto, apreender o contingente de consolações do edifício doutrinário ou receber a hóstia do conforto pessoal no templo sagrado que o Espiritismo Evangélico representa para quantos lhe batam às portas acolhedoras.

É imprescindível consagrar nossas melhores energias à extensão da fé vivificante que nos refunde e aperfeiçoa, à frente do futuro.

Semelhante edificação, todavia, não se expressará senão por intermédio de nosso próprio devotamento à causa da libertação humana, transformando-nos pelo esforço e pelo estudo, pelo trabalho e pela iluminação íntima, em hífens de amor cristão, habilitados à posição de instrumentos do Plano Superior.

O Espiritismo brasileiro congrega extensa caravana de servidores da renovação cultural e sentimental do mundo e complexas responsabilidades lhe revestem a ação com o Cristo.

Estendamos, assim, o serviço evangélico na intimidade da filosofia espiritualista, insculpindo em mós, antes de tudo, os princípios da doutrina viva e redentora de que nos constituímos pregoeiros.

Não cristalizemos, sobretudo, a tarefa que nos cabe à frente das exigências da Terra, refugiando-nos na expectativa inoperante, porque a ruína das religiões sectaristas provém da ociosidade mental em que se mergulham os aprendizes, aguardando favores milagrosos e gratuitos do Céu, com prejuízo flagrante da religião do dever bem cumprido na solidariedade humana, da qual depende a execução de qualquer sistema salvacionista das criaturas.

Acordemos, desse modo, as nossas forças profundas, colaborando no nível real de nossas possibilidades dentro da tarefa que nos cabe realizar, individualmente, no imenso concerto de regeneração da vida coletiva.

Enquanto houver um gemido na paisagem em que nos movimentamos, não será lícito cogitar de felicidade isolada para nós mesmos.

Companheiros existem suspirando por um paraíso fácil, em que sejam asilados sem obrigações, à maneira de trabalhadores preguiçosos e exigentes que centralizam a mente nas noções do direito sem qualquer preocupação quanto aos imperativos do dever.

Esses, em geral, são aqueles que cuidam de conservar alva rotulagem, na planície das convenções terrenas, muita vez à custa do sofrimento e da dilaceração de almas inúmeras que lhes servem de degraus, na escalada às vantagens de ordem material e perecível, para despertarem, depois, infortunados e desiludidos, nos braços da realidade amargurosa que a morte descerra, invariável.

Nós outros, no entanto, não ignoramos que a Nova Revelação nos infunde energias renovadas ao coração e à consciência, com os impositivos de trabalho e responsabilidade no ministério árduo do aperfeiçoamento e sabemos, agora, que o homem é o decretador de suas próprias dores e dispensador das bênçãos que o cercam, de vez que a Lei de Justiça e Equilíbrio expressa em cada um de nós o resultado de nossa sementeira através do tempo.

É indispensável a nossa conversão substancial e efetiva ao Espírito do Senhor, materializando-lhe os ensinos e acatando-lhe os desígnios, onde estivermos, para que, na condição de servidores de um país extremamente favorecido, possamos conduzir o estandarte da reabilitação espiritual do mundo que se perde, rico de glórias perecíveis e mendigo de luz e de amor.

Esperando que a paz do Mestre permaneça impressa em nossas vidas, que devem traduzir mensagens cristalinas e edificantes de seu Evangelho Salvador, terminamos, invocando-vos a cooperação em favor do mundo melhor.

— Entrelacemos corações em torno da Boa Nova que nos deve presidir às experiências na atividade comum! Enquanto os discípulos distraídos se digladiam, desprezando, insensatos, a bênção das horas, ouçamos a voz do Senhor que nos compele à disciplina no serviço do bem, revelando-se, glorioso e dominante, em seus sacrifícios da cruz, aprendendo, finalmente, em companhia d’Ele que só o Amor é bastante forte para defender a vida, que só o Perdão vence o ódio, que somente a Fé renasce de todas as cinzas das ilusões mortas e que somente o Sacrifício Individual, em Seu Nome, é o caminho da ressurreição a que fomos chamados.

Unamo-nos, desse modo, não apenas em necessidades e dores para rogar o sustento e o socorro da Misericórdia Divina, mas estejamos integrados na fraternidade legítima, a fim de que não estejamos recebendo em vão as graças do Céu, convertendo nossas vidas em abençoadas colunas do templo Espiritual de Jesus na Terra, portadores devotados de sua paz, de sua luz, de sua confiança e de seu amor.

Realizem outros as longas incursões do raciocínio, através da investigação intelectual, respeitável e digna, no enriquecimento do cérebro do mundo. E aproveitando-lhes o esforço laborioso, no que possuem de venerável e santo, não nos esqueçamos do Evangelho vivo, em ação.

Autor: Emmanuel
Psicografia de Francisco Cândido Xavier. Livro: Doutrina de Luz
Fonte:http://www.oespiritismo.com.br/mensagens/ver.php?id1=626

segunda-feira, 28 de julho de 2014

VAMPIRISMO E PARASITISMO ESPIRITUAL

1. CONCEITOS: 

“Ação pela qual Espíritos involuídos, arraigados às paixões inferiores, se imantam à organização psicofísica dos encarnados (e desencarnados), sugando-lhes a substância vital.” (Martins Peralva- Estudando a Mediunidade.) 

“O parasitismo espiritual (ou vampirismo) é um processo grave de obsessão que pode ocasionar sérios danos àquele que se faz hospedeiro (o obsidiado), levando-o à loucura ou até mesmo à morte.” (Espiritismo de A a Z, citando Suely Caldas Schubert, Obsessão/Desobsessão: profilaxia e terapêutica espíritas.9 ed. Rio:FEB, 1994, p. 192)

2. ESPÉCIES: 

1 - espíritos muito apegados às sensações materiais prosseguem, após o túmulo, a buscar as sensações que desfrutavam quando encarnados, se vinculando aos encarnados que vibram em faixa idêntica, parceiros de paixões desequilibrantes. 

2 - os obsessores, por vingança e ódio, ligam-se às suas vítimas com o intuito de absorver-lhes a vitalidade, enfraquecendo-as, em busca de maior domínio. 

3 - existem aqueles que, já libertos do corpo físico, ligam-se, inconscientemente, aos seres amados que permanecem na crosta terrestre, mas sem o desejo de fazer o mal. 

4 - entre os encarnados, existem pessoas que vivem permanentemente sugando as forças de outros seres humanos, que se deixam passivamente dominar. 

Vampirismo Recíproco: 

      O vampirismo pode, ainda, comportar a forma de Vampirismo Recíproco, onde ambos os espíritos envolvidos alimentam-se dos fluidos doentios do seu companheiro, apegando- se a ele instintivamente. 
      Um exemplo é o caso relatado na obra “Nos Domínios da Mediunidade”, onde um homem desencarnado e uma mulher encarnada vivem em regime de escravidão mútua, nutrindo-se da emanação um do outro. Ela busca ajuda na sessão do trabalho desobsessivo realizado por um centro espírita e, com o concurso de entidades abnegadas, consegue o afastamento momentâneo do espírito obsessor. Bastou, porém, que o espírito fosse retirado para que ela o fosse procurar, reclamando sua presença. 


3. CAUSAS EFETIVAS: 


- desregramentos emocionais (tristeza, cólera, medo, etc.) 
- Glutonaria 
- Excessos alcoólicos 
- Fumo 
- desvios sexuais 
       No capítulo III da Obra “Missionários da Luz”, merecem destaque as passagens onde André Luiz e Alexandre observam médiuns que apresentam alguns dos desregramentos retro mencionados: 



3.1. Sexo: 

Pessoa observada:
 Rapaz que se exercitava no desenvolvimento mediúnico, freqüentando um centro numa cidade brasileira, em que o Espírito Alexandre era mentor. Casado há oito meses, no entanto era atraído irresistivelmente para ambientes malignos, não resistindo às atrações de atividades doentias no campo sexual, tornando-se por isto mesmo ponto de atração para entidades grosseiras no mundo espiritual, que agiam à maneira imperceptíveis vampiros. 

Observação de André Luiz: “- As glândulas geradores emitiam fraquíssima luminosidade que parecia abafa por aluviões de corpúsculos negros, a se caracterizarem por espantosa mobilidade. Começavam a movimentação sob a bexiga urinária e vibravam ao longo de todo o cordão espermático, formando colônias compactas nas vesículas seminais, na próstata, nas mucosas uretrais, invadiam os canais seminíferos, e lutavam com as células sexuais, aniquilando-as. As mais vigorosas daquelas feras microscópicas, situavam-se no epidídimo, onde absorviam, famélicas, os embriões delicados da vida orgânica. Estava assombrado. Que significava aquele acervo de pequeninos seres escuros? Pareciam imantados uns aos outros na mesma faina de destruição. Seriam expressões mal conhecidas da sífilis?” 

Resposta de Alexandre - “ - Não, André, não temos aí sob os olhos o espiroqueta de Schaudinn, nem qualquer nova forma suscetível de análise material por bacteriologistas humanos. São bacilos psíquicos da tortura sexual, produzido pela sede febril de prazeres inferiores. O dicionário médico do mundo não conhece e, na ausência de terminologia adequada aos seus conhecimentos, chamemos-lhes de larvas, simplesmente. Têm sido cultivados por este companheiro não só pela incontinência no domínio das emoções próprias, através de experiências sexuais variadas, senão também pelo contacto com entidades grosseiras, que se afinizam com as predileções dele, entidades que visitam com freqüência, à maneira de imperceptíveis vampiros. O pobrezinho ainda não pode compreender, que o corpo físico é apenas leve sombra do corpo perispiritual, e não se capacitou de que a prudência, em matéria de sexo, é equilíbrio da vida, e recebendo as nossas advertências sobre a temperança, acredita ouvir remotas lições de aspectos dogmático exclusivo, no exame da fé religiosa. (...) 


3.2. Álcool. 

Pessoa observada: Cavalheiro maduro, que tentava a psicografia, na mesma reunião de desenvolvimento mediúnico. 

Observação de André Luiz: “- Semelhava-se o corpo a um tonel de configuração caprichosa, de cujo interior escapavam certos vapores muito leves, mais incessantes. Via-se-lhe a dificuldade para sustentar o pensamento com relativa calma. Não tive qualquer dúvida. Deveria ele utilizar de alcoólicos em quantidade. O aparelho gastro-intestinal parecia totalmente ensopado em aguardente, porquanto essa substância invadia todos os escaninhos do estômago e começando a fazer-se sentir nas paredes do estômago, manifestava a sua influência até o bolo fecal. Espantava-me o fígado enorme. Pequeninas figuras horripilantes, postavam- se, vorazes, ao longo da veia horta, lutando desesperadamente com os elementos sangüíneos mais novos. Toda a estrutura do órgão se mantinha alterada. Terrível ingurgitamento. Os lóbulos cilíndricos, modificados, abrigavam células doentes e empobrecidas. O baço apresentava anomalias estranhas.” 

Esclarecimento de Alexandre: “- Os alcoólicos aniquilavam-no vagarosamente: 

a. Este companheiro permanece completamente desviado em seus centros de equilíbrio vital; 
b. Todo o sistema endocrínico foi atingido pela atuação tóxica; 
c. Inutilmente trabalha a medula para melhorar os valores da circulação; 
d. Em vão esforçam-se os centros genitais para ordenar as funções que lhe são peculiares, porque o álcool excessivo determina modificações deprimentes sobre a própria cromatina; 
e. Debalde trabalham os rins na excreção dos elementos corrosivos, porque a ação perniciosa da substância em estudo anula diariamente grande número de nefrons; 
f. Os pâncreas, viciado, não atende com exatidão ao serviço de desintegração dos alimentos; 
g. Larvas destruidoras exterminam as células hepáticas; 
h. Profundas alterações modificam as disposições do sistema nervoso vegetativos; 
i. Não fossem as glândulas sudoríparas, tonar-se-lhe-iam impossível a continuação da vida física. 


3. 3. Glutonaria. 

Pessoa observada: Dama simpática e idosa ao desenvolvimento da mediunidade de incorporação, na mesma reunião; 

Observação de André Luiz: “- Fraquíssima luz emanava de sua organização mental e, desde o primeiro instante, notara-lhe as deformações físicas. 

a. O estômago dilatara-se horrivelmente; 
b. O fígado, consideravelmente aumentado, demonstrava indefinível agitação; 
c. Desde o duodeno à sigmóide, notavam-se anomalias de vulto; 
d. Guardava a idéia de presenciar não o trabalho de um aparelho digestivo usual, e sim, de vasto alambique gorduroso, cheirando a vinagre de condimentação ativa; 
e. Em grande zona do ventre superlotado de alimentação, viam-se parasitos conhecidos, mas além deles, divisava outros corpúsculos semelhantes a lesmas voracíssimas que se agrupavam em grandes colônias desde os músculos e as fibras do estômago até a válvula íleo-cecal. Semelhantes parasitos atacavam os sucos nutritivos, com assombroso potencial de destruição. 

Esclarecimento de Alexandre: “- Temos aqui uma pobre amiga desviada nos excessos de alimentação. Todas as suas glândulas e centros nervosos trabalham para atender as exigências do sistema digestivo. Descuidada de si mesma, caiu na glutonaria crassa, tornando-se presa de seres de baixa condição.” 


4. PROCESSO DE VAMPIRIZAÇÃO: 

4.1.Produção das larvas mentais: 

A cólera, a intemperança, os desvarios do sexo e as viciações da personalidade formam criações inferiores, chamadas de larvas mentais, que são o alimento das entidades infelizes, portadoras de vigoroso magnetismo animal, contaminando o meio ambiente onde quer que o responsável pela sua produção circule. Formam nuvens de bactérias variadas, obedecendo ao princípio das afinidades. 

4.2 O Contágio: 
      Para nutrir-se desse alimento, o desencarnado agarra-se aos companheiros de ignorância ainda encarnados, sugando-lhes a substância vital. 
      O médico Dias da Cruz lembra que "toda forma de vampirismo está vinculada à mente deficitária, ociosa ou inerte que se rende às sugestões inferiores que a exploram sem defensiva". E explica a técnica utilizada pelos espíritos vampirizadores, situando-a nos processos de hipnose. 
      Por ação do hipnotizador, o fluido magnético derrama-se no campo mental do paciente voluntário, que lhe obedece o comando. Uma vez neutralizada a vontade do sujeito, as células nervosas estarão subjugadas à invasão dessa força. Os desencarnados de condição inferior, consciente ou inconscientemente, utilizam esse processo na cultura do vampirismo. 
      Justapõem-se à aura das criaturas que lhes oferecem passividade, sugando-lhes as energias, tomam conta de suas zonas motoras e sensoriais, inclusive os centros cerebrais (linguagem e sensibilidade, memória e percepção), dominando-as. 
      De acordo com Marlene Rossi Severino Nobre, membro da Associação Médico Espírita do Brasil (Extraído da Revista Cristã de Espiritismo nº 12, páginas 30-32), os espíritos inferiores desencarnados produzem substâncias destrutivas, que atingem os pontos vulneráveis de suas vítimas. 
      Essas substâncias, conhecidas como simpatinas e aglutininas mentais, têm a propriedade de modificar a essência do pensamento dos encarnados, que vertem contínuos dos fulcros energéticos do tálamo, no diencéfalo. Esse ajuste entre desencarnados e encarnados é feito automaticamente, em absoluto primitivismo nas linhas da natureza. Os obsessores tomam conta dos neurônios do hipotálamo, "acentuando a dominação sobre o feixe amielínico que o liga ao córtex frontal, controlando as estações sensíveis do centro coronário que aí se fixam para o governo das excitações e produzindo nas suas vítimas, quando contrariados em seus desígnios, inibições de funções viscerais diversas, mediante influência mecânica sobre o simpático e o parassimpático". (o nosso mentor André Luiz (Evolução Em Dois Mundos, Francisco C. Xavier, 11ª ed,1989, pg. 117-118) 
      A propósito, Allan Kardec (A Gênese, 29ª ed., FEB, pg. 305) relata que “Nos casos de obsessão grave, o obsidiado fica como que envolto e impregnado de um fluido pernicioso, que neutraliza a ação dos fluidos salutares e os repele...” Ainda orienta o Codificador (mesma obra, pg. 285), que“Sendo o perispírito dos encarnados de natureza idêntica à dos fluidos espirituais, ele os assimila com facilidade, como uma esponja se embebe de um líquido. Esses fluidos exercem sobre o perispírito uma ação tanto mais direta quando, por sua extensão e irradiação, o perispírito com eles se confunde. Atuando esses fluidos sobre o perispírito, este, a seu turno, reage sobre o organismo material com quem se acha em contato molecular. (...)Se os eflúvios maus são permanentes e enérgicos, podem ocasionar desordens físicas; não é outra a causa de certas enfermidades.” 

5. AS ENTIDADES EXPLORADORAS. 
      “vampiro é toda entidade ociosa que se vale, indebitamente, das possibilidades alheias e, em se tratando de vampiros que visitam os encarnados, é necessário reconhecer que eles atendem aos sinistros propósitos a qualquer hora, desde que encontrem guarida no estojo de carne dos homens.”(Missionários da Luz, André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier cap. 4.1 ) 
      Tendo vivido muito mais de sensações animalizadas que de sentimentos e pensamentos puros, algumas criaturas, além do túmulo, prosseguem imantados aos ambientes domésticos que lhes alimentavam o campo emocional. Aos infelizes que caíram em semelhante condição de parasitismo, as larvas servem de alimento habitual. 
      No livro "Evolução em dois Mundos", André Luiz compara os parasitas existentes nos reinos inferiores da Natureza aos "parasitas espirituais", pois os meios utilizados pelos desencarnados, que se vinculam aos que permanecem na esfera física, obedecem aos mesmos princípios de simbiose prejudicial. 
      Reportando-se aos ectoparasitas (os que limitam sua ação às zonas de superfície, como os mosquitos sobre a pele) e aos endoparasitas (os que se alojam nas reentrâncias do corpo a que se impõem, como a infestação de elementos saprófagos), o autor traça um importante paralelo entre estes e a ação dos obsessores: 

DESENCARNADOS AGINDO COMO ECTOPARASITA: absorvem as emanações vitais dos encarnados que com eles se harmonizem. São os que se aproximam eventualmente dos fumantes, dos alcoólatras e de todos aqueles que se entregam aos vícios e desregramentos de qualquer espécie. 

DESENCARNADOS AGINDO COMO ENDOPARASITA: conscientes os que, "após se inteirarem dos pontos vulneráveis de suas vitimas”, tomam conta de seu campo mental "impondo-lhes ao centro coronário a substância dos próprios pensamentos, que a vitima passa a acolher qual se fossem os seus próprios.” (Evolução em dois Mundos, André. Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier - Waldo Vieira, cap. XIV a XV, 5.. ed. FEB.). 

      Os obsessores utilizam também as formas ovóides, para intensificar o cerco sobre suas vítimas, imantando-as a estas, para instalar o parasitismo espiritual. Envolvido nos fluídos dos obsessores, com o pensamento controlado pela interferência hipnótica dos algozes, o obsidiado passa a viver no clima que estes criaram, agravado pelas ondas mentais altamente perturbadoras dos ovóides, vendo inclusive os clichês mentais que projetam em fenômenos alucinatórios ou ouvindo-lhes as acusações na acústica da mente. 

O corpo espiritual se transforma em um corpo ovóide em três casos: 

1º) O homem selvagem quando retorna, após a morte do corpo denso, ao plano espiritual, sente-se atemorizado diante do desconhecido. A vastidão cósmica o assusta, bem como a visão de Espíritos, mesmo os bons e sábios, pois crê estar frente a deuses e, por isso, refugia-se na choça que lhe serviu de moradia terrestre. Anseia por retornar à taba onde vivera e ao convívio dos seus e alimenta-se das vibrações dos que lhe são afins. Nestas condições estabelece-se nele o monoideísmo, isto é, idéia fixa, abstraindo-se de tudo o mais. O pensamento que lhe flui da mente permanece em circuito viciado, continuamente. É o monoideísmo auto-hipnotizante. Não havendo outros estímulos, os órgãos do corpo espiritual se retraem ou se atrofiam, tal como ocorre aos órgãos do corpo físico. 

2º) Desencarnados, em profundo desequilíbrio, aspirando a vingar-se ou portadores de vicioso apego, envolvem e influenciam aqueles que lhes são objeto de perseguição ou atenção e auto-hipnotizam-se com as próprias idéias, que se repetem indefinidamente. Em conseqüência, os órgãos perispiríticos se retraem, por falta de função, assemelhando-se então a ovóides, vinculados às próprias vítimas que, de modo geral, lhes aceitam, mecanicamente, a influenciação, por sentirem culpa, remorso, ódio, egoísmo, externados em vibrações incessantes, sob o comando da mente. Configura-se, neste caso, a parasitose espiritual. 

3º) Os grandes criminosos, ao desencarnar, ver-se-ão atormentados pela visão repetida e constante dos próprios crimes, vícios e delitos, em alucinações que os tornam dementados. Os clichês mentais que exteriorizam torna-lhes o fluxo do pensamento vicioso, resultando no monoideísmo auto-hipnotizante. E tal como nos casos anteriores, perdem os órgãos do corpo espiritual, transubstanciando-se em ovóides. 



6. O COMBATE AO VAMPIRISMO 

6.1. Reencarnações Expiatórias: são conseqüências da lei de ação e reação, 
constituindo-se no recurso utilizado pela Providência para devolver o equilíbrio aos espíritos, quando a reconciliação pelo amor torna-se inviável. A família consangüínea é o instrumento utilizado pela Providência para promover o resgate dos espíritos envolvidos. Inicialmente, reencarna o que tiver mais méritos, sendo indicada para recebê-lo como mãe alguém que tenha débitos a serem resgatados relativamente à maternidade, uma vez que a gestação trará o desconforto gerado pelo assédio do vingador. Desde as primeiras ligações fluídicas do reencarnante ao corpo físico, passando pela infância, adolescência e até atingir a fase adulta, o espírito que retorna continua padecendo da influência de seu desafeto, que lhe permanece enlaçado pela força de sentimentos negativos. Mais uma vez o instituto da família é usado pela Providência para que o reencarnante, através de uniões conjugais provacionais, ofereça ao seu verdugo um novo corpo, como filho consangüíneo, para que o amor de paternal ou maternal o envolva e promova o resgate dos equívocos praticados no passado. 

6.2. Transformação do Ser: A arma fundamental de combate ao vampirismo é a transformação do Ser, visando as melhores condições de seu campo eletromagnético. Assim, quem sofre com tal influência espiritual negativa pode dela se livrar através do serviço no bem, com a prática do amor ao próximo. Ao reconhecer sua culpa, pode começar a construir a cura reajustando-se e servindo como exemplo ao seu perseguidor.
      É conveniente recordar os ensinamentos de Kardec quando afirma que “os espíritos inferiores não podem suportar o brilho e a impressão dos fluidos mais etéreos. Não morreriam no meio desses fluidos porque Espírito não morre, mas uma força instintiva os manteriam afastados dali como a criatura terrena se afasta de um fogo muito ardente ou de uma luz muito deslumbrante.” (A Gênese, cap. XIV, item 11). 
      Sem esta transformação, as tentativas externas de desligamento das entidades infelizes não encontram sucesso. Não adianta o trabalho de retirada dos vampiros, mesmo inconscientes, se o encarnado invoca mentalmente as entidades, atraindo-as novamente para o seu convívio. O mesmo pode ser dito com relação à doutrinação das entidades. Embora efetuada com perseverança e métodos precisos, a medida exige tempo e tolerância fraternal, podendo encontrar obstáculo no fato do encarnado haver se convertido em poderoso imã de atração. 

6.3. Oração: A oração é o mais eficiente antídoto do vampirismo. A prece é vibração, energia, poder. A prece provoca um estado psíquico que revela nossa origem divina e coloca-nos em contato com as fontes superiores. Dentro dessa realização, o Espírito, em qualquer forma, pode emitir raios de espantoso poder. Toda criatura que cultiva a oração, com o devido equilíbrio do sentimento, transforma gradativamente, em foco irradiante de energias da divindade. 
      No Capítulo IV da obra Missionários da Luz, há o relato da prece de Cecília, que rezando pelo esposo, é cercada por luzes sublimes, rogando pela iluminação do companheiro a que parecia amar infinitamente. Seu coração se transformava num foco ardente de luz, do qual saíam inúmeras partículas resplandecentes, projetando-se sobre o corpo e sobre a alma do esposo com a rapidez de minúsculos raios. Os corpúsculos radiosos concentravam-se em massa, destruindo as pequenas formas horripilantes do vampirismo devorador. 

7. CASOS DE VAMPIRISMO NA LITERATURA ESPÍRITA. 

      Além daqueles mencionados no decorrer do presente trabalho, a título de ilustração, são inúmeros os casos de vampirismo narrados na literatura espírita, com destaque para aqueles ilustrados por André Luiz: 

Nosso Lar - Caso da mulher cercada de pontos negros, que, chegada do Umbral, implora socorro do outro lado da cancela. O socorro é negado, em virtude de tratar-se de um forte vampiro, cujos pontos negros representavam cinqüenta e oito crianças assassinadas ao nascer. 

Obreiros da Vida Eterna - Cenas de vampirismo em uma enfermaria de hospital. "Entidades inferiores, retidas pelos próprios enfermos, em grande viciação da mente, postavam-se em leitos diversos, inflingindo-lhes padecimentos atrozes, sugando-lhes vampirescamente preciosas forças, bem como atormentando-os e perseguindo-os". 

Nos Domínios da Mediunidade - (capítulo X) Caso da Jovem Parricida (pág. 71 a 79) e Caso Pedro (capítulo IX) “uma convulsão epiléptica o obsessor ligando-se a Pedro, seguindo-se convulsão generalizada tônico-clônica, com relaxamento de esfíncteres. O mentor Aulus afirma ser possessão completa ou epilepsia essencial e analisa que, no setor físico, Pedro está inconsciente, não terá lembrança do ocorrido, mas está atento em espírito, arquivando a ocorrência e enriquecendo-se.” 
Libertação - (pág. 140 e 141) Caso da jovem Clorótica, que mantinha uma ligação mental com os seus obsessores, permitindo o domínio completo de sua mente, que utilizavam como se fosse a deles. Encontrava-se praticamente desapossada de seu livre-arbítrio e suas reações não mais lhe pertenciam, pois expressavam a vontade das entidades que funcionavam como seus algozes. E caso Margarida- Gregório (p. 110), onde o personagem Gregório vampiriza antiga companheira de nome Margarida, quando solicitado pelo mentor Gúbio a interromper a vampirização que colocava a vida de Margarida em perigo, afirma ter necessidade do alimento psíquico que só a mente de Margarida pode proporcionar. 

Entre a Terra e o Céu - (cap. III) Caso Odila- Zulmira: A jovem senhora é Zulmira, e a irmã desencarnada que lhe vampiriza o corpo é Odila, a primeira esposa de Amaro, dolorosamente transfigurada pelo ciúme a que se recolheu. Empenhada em combater aquela que considera inimiga, imanta-se a ela, através do veículo perispirítico, na região cerebral, dominando a complicada rede de estímulos nervosos e influenciando os centros metabólicos, com o que lhe altera profundamente a paisagem orgânica. 

No Mundo Maior - (pág. 37 a 74) Caso Pedro-Camilo, 20 anos sob a atuação de um único obsessor. Durante esse período, o quimismo espiritual ou a fisiologia do perispírito se desequilibrou e, conseqüentemente, desencadeou distúrbios orgânicos, entre os quais a ameaça de amolecimento cerebral. 

8. CONCLUSÃO 

      Dias da Cruz, no livro “Instruções Psicofônicas” Espíritos Diversos, através de mensagem psicografada por Francisco C. Xavier, afirma ser imperativo o uso dos antissépticos do Evangelho para garantir a higiene mento-psíquica. E prossegue: 
      “Bondade para com todos, trabalho incansável no bem, otimismo operante, dever irrepreensivelmente cumprido, sinceridade, boa-vontade, esquecimento integral das ofensas recebidas e fraternidade simples e pura, constituem sustentáculo de nossa saúde espiritual.” (...) Procurando, pois, o Senhor e aqueles que o seguem valorosamente, pela reta conduta de cristãos leais ao Cristo, vacinemos nossas almas contra as flagelações externas ou internas da parasitose mental.” 
      A prática do bem rompe os sentimentos inferiores, produzindo, além da própria transformação de quem o pratique, também a daqueles que a ele se agrega pelos vínculos do ódio e da vingança, pelo exemplo de fraternidade. 
      Desse modo, os espíritos vingadores, ao encontrar a vítima transformada pelo esforço na prática do bem, da mesma forma como foram atraídos pelas suas fraquezas, serão contagiados pela nova situação e, em conseqüência, desestimulados a prosseguirem a perseguição.
      É possível concluir que pela prática da caridade, é possível obter a transformação moral necessária para se modificar e aos inimigos, evitando-se dolorosos resgates reparatórios. 


Por Fernanda Louro Figueras


BIBLIOGRAFIA 

O Espiritismo de A a Z, FEB 
Evolução em Dois Mundos - FEB - F. C. Xavier / André Luiz 
Missionários da Luz - FEB - F. C. Xavier / André Luiz 
Nosso Lar - FEB - F. C. Xavier / André Luiz 
Obreiros da Vida Eterna - FEB - F. C. Xavier / André Luiz 
Nos Domínios da Mediunidade - FEB - F. C. Xavier / André Luiz 
Libertação- FEB - F. C. Xavier / André Luiz 
Entre a Terra e o Céu - FEB - F. C. Xavier / André Luiz 
No Mundo Maior - FEB - F. C. Xavier / André Luiz 
Estudando a Mediunidade- Martins Peralva 
Revista Cristã de Espiritismo nº 12, páginas 30-32, Marlene Rossi Severino Nobre, Associação Médico-Espírita do Brasil 
A Gênese, FEB, Allan Kardec 
O Livro dos Médiuns, FEB, Allan Kardec 
Instruções Psicofônicas- Espíritos Diversos, FEB- Francisco C. Xavier/ Dias da Cruz
Fonte:http://www.mundoespirita.net/vampirismo.html